Ferraria
É a maior das três povoações da Ribeira de Margem. Dista da sede de freguesia cerca de 12 Km, e segundo os últimos censos tinha 139 habitantes
A Ferraria é talvez a menos alentejana das povoações da Freguesia. Com os seu quintais verdejantes e as casas desordenadas ao longo do vale, mais parece uma aldeia do interior ribatejano.
Foi nesta localidade que nos princípios do século XIX se iniciou a cultura do arroz, cultura altamente improvável nesta região do Alentejo. Em 1821, segundo o Dr. José Dias Heitor Patrão, no seu livro "Memórias do Gavião", os habitantes desta região dirigiam-se às cortes para reclamar mais desenvolvimento para a cultura deste cereal. Hoje é ainda possível visitar perto de Ferraria, em Vale de S.João, um moinho tradicional, com engenho para descasca de arroz.
Tem como Orago Nossa Senhora de Fátima, e a sua capela de traça simples é encimada por uma pequena torre de sino. Ladeada de verdejante vegetação, o templo é composto ainda por um anexo lateral que lhe confere um ar pitoresco. É uma capela de construcção recente, pois na "Memória Paroquial de Margem", não era mencionada qualquer capela em "Ferrarias" no ano de 1848. Nesta altura a Ferraria seria um lugar com dois habitantes, provavelmente o primeiro casal que se fixou na zona, e era pertença da Paróquia de Margem, e eventualmente à freguesia de Nossa Senhora da Graça.
A ferraria de hoje é uma povoação que serve de passagem tanto rumo a Sul como rumo a Ponte de Sôr. Povoação muito agrícola, tem nos antigos campos de arroz terrenos de uma fertilidade incomparáveis nesta região.
Documentação consultada: Junta de Freguesia e "Memórias do Gavião"